Mônica Tejo fala sobre o projeto IACOC de incubação de empreendimentos

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Monica Tejo é professora do curso de Engenharia de Alimentos na UFCG. Coach, líder, pesquisadora na CNPq DT-2. Coordenadora da IACOC, Incubadora do Agronegócio no Semiárido da Paraíba vinculada à Fundação PaqTcPB e Embaixadora do I-Balaio.

O IDeF entrou em contato com a professora da UFCG e membro da Coordenação Executiva Geral da Incubadora de Agronegócios das Cooperativas, Organizações Comunitárias, Associações e Assentamentos Rurais do Semiárido da Paraíba (IACOC), Mônica Tejo Cavalcanti, com o propósito de compreender o projeto IACOC de incubação de empreendimentos. O processo de incubação geralmente acontece a partir de projetos que possuem o intuito de criação e desenvolvimento de micro e pequenos empreendimentos em sua fase inicial. Nesse sentido, as universidades funcionam como abrigo ou amparo virtual para que esses empreendimentos inovadores coadunem com projetos universitários de pesquisa e de desenvolvimento científico

O QUE É A INCUBADORA IACOC

A IACOC define-se como uma incubadora agroindustrial virtual com o intuito de apoiar e alavancar os empreendimentos rurais com potencial de impacto social no semiárido paraibano. Os agricultores familiares que possuem possibilidade de expansão dos seus negócios são o principal público da IACOC. De acordo com a Professora Mônica: “Acreditar que o agricultor familiar tem potencial para alavancar o seu negócio no meio de tanto preconceito é o nosso principal objetivo”.

Os agricultores familiares que possuem possibilidade de expansão dos seus negócios são o principal público da IACOC.

A IACOC surgiu por inciativa do professor Telmo Araújo, em 2004. Inicialmente, a incubadora priorizou empreendimentos voltados para produtos de leite e derivados caprinos, o que levou à criação da marca Cemear – destinada aos produtos desenvolvidos e incubados da IACOC –, mas atualmente a IACOC oferece apoio também a produtos a base de mel e caju, criadores de aves e produtos de artesanato. A professora Mônica Tejo se inseriu no projeto em 2014.

OS EMPREENDIMENTOS INCUBADOS

O contato e a escolha dos empreendedores é feito por meio de palestras realizadas pela IACOC e pela participação em feiras e eventos de economia solidária e da agricultura familiar dentro do estado da Paraíba. Depois disso, ocorre uma sensibilização com relação ao empreendedorismo e à inovação, sendo então prospectados os potenciais empreendimentos a participarem do processo seletivo, o qual ocorre por meio de editais.

​A incubação é iniciada quando os empreendimentos com potencial preenchem os formulários e gravam um vídeo diretamente da sua unidade de produção, que posteriormente é analisado e escolhido por uma banca de parceiros.

​Como exemplo desta banca, a professora Mônica Tejo cita a participação do Diretor Geral da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba, professor José Nilton da Silva; a pesquisadora da Embrapa, Nivea Felisberto; e a coordenadora da incubadora ITCG (Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Criativos e Inovadores de Campina Grande), Mayara Costa. Após a seleção, os incubados são orientados acerca da incubação e do contrato, recebendo inicialmente uma capacitação em 5 principais eixos: empreendedorismo, gestão, tecnologia, finanças e mercado. O contato se individualiza a partir da consultoria que acontece com bases nesses eixos e, de acordo com a Profa. Mônica, “um plano de incubação é elaborado e no decorrer do processo de incubação há o monitoramento das atividades previstas, bem como o acompanhamento dos objetivos e metas traçadas no plano de desenvolvimento estratégico”.

A INTERNACIONALIZAÇÃO E OS IMPACTOS DA INCUBAÇÃO

Mônica Tejo afirma a existência de impactos em diversas áreas, principalmente quando considerado o impacto social dentro do estado da Paraíba. Trata-se de um projeto muito bem visto na sociedade e com resultados que poderão conquistar mais credibilidade para o corpo social ao longo do tempo.

Quando questionada acerca da estratégia de internacionalização desses empreendimentos e quais os desafios para que isto ocorra de maneira mais efetiva, a professora afirma: “A estratégia é organizar o processo produtivo, garantir a qualidade dos produtos, ter periodicidade de oferta dos produtos e adequar para exportação. Existe a possibilidade real para exportação dos produtos, onde temos uma vantagem que é a história por trás dos produtos. 

A exportação já é real, com trades em contato direto com os produtores e conosco para propor melhoria de seus processos e agregação de valor dos produtos. Porém, precisamos urgentemente de uma melhor estruturação dos produtos relacionados a este mercado. Potencial nós temos e já estamos exportando alguns produtos, o que falta é estruturar melhor o processo para adequação aos países alvo e, a partir das parcerias, abrir mais caminhos para gerar renda para esse público de produtores”.

Existe a possibilidade real para exportação dos produtos, onde temos uma vantagem que é a história por trás dos produtos.

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