“Programa Ganhe o Mundo” e as escolas públicas do estado de Pernambuco

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 Programa Ganhe o Mundo (PGM) é uma política do Governo do Estado de Pernambuco voltada para a rede estadual de escolas pública e que envolve duas linhas de atuação: a oferta de um curso de idiomas intensivo gratuito e um programa de intercâmbio internacional, ambos alcançando todos os municípios do estado de Pernambuco (e Fernando de Noronha).

Recentemente divulgado pela Secretaria de Educação, foram ofertadas, nesse ano, 11.300 vagas para curso de inglês, 3.600 para língua espanhola, e 100 para língua alemã. A seleção dos estudantes para os cursos é feita através de classificação em notas de português e matemática, porém, essas vagas são distribuídas entre todas as escolas da rede estadual. O curso intensivo de idiomas é fundamental para o aprendizado do segundo idioma e, através da conclusão desse curso intensivo de 1 ano, o estudante pode se candidatar para a seleção do programa de intercâmbio internacional.

O intercâmbio internacional do PGM oferece a oportunidade para os alunos estudarem durante um semestre letivo em escolas de nível médio em países conveniados e hospedagem em casa de família, são fornecidas também 6 bolsas para financiamento das despesas do estudante durante o intercâmbio. O PGM oferta, atualmente, 1000 vagas anuais para países falantes da língua inglesa, espanhola e alemã (novidade acrescentada recentemente). O último edital de seleção ofertou 450 vagas para o Canadá, 150 para Estados Unidos, 50 para Nova Zelândia, 50 para Austrália, 100 para Argentina, 150 para o Chile, 25 para Espanha, 20 para Colômbia e 5 para Alemanha.

O programa tem se expandido bastante e a partir dele já surgiram vários desdobramentos. O sucesso do PGM, que consistia originalmente apenas em um programa convencional de estudos do ensino médio fez surgir outras modalidades de intercâmbio internacional: a modalidade musical, esportiva e um programa especial de ciência e tecnologia para mulheres em parceria com o Massachussets Institute of Technology (MIT).

Além disso, esse modelo pioneiro de uma política de educação composta por curso intensivo de idiomas e intercâmbio internacional tem sido buscado por vários governos de outros estados brasileiros, que planejam criar programas semelhantes adaptados à realidade de suas unidades federativas. Um programa similar que também tem sido bastante exitoso, e que o IDeF já apresentou, é o “Programa Gira-Mundo” desenvolvido pelo estado da Paraíba, que contou com diálogos e encontros com a equipe gestora do Programa Ganhe o Mundo.

O IDeF entrevistou, no dia 2 de setembro, a superintendente do Programa Ganhe o Mundo desde 2015, Renata Serpa Vieira, que nos forneceu maiores detalhes sobre o PGM e nos ajudou a entender melhor qual é o papel do programa na internacionalização do estado de Pernambuco.

Ela nos falou um pouco também sobre os encontros que foram feitos na semana anterior com os estudantes que viajarão para o intercâmbio agora em setembro/2019:

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Renata Serpa Vieira

“Na semana passada, foi feita a reunião de pré-embarque, que é uma reunião de orientação, um grande momento em que a gente traz para Recife todos os estudantes selecionados que vão embarcar nesse semestre letivo. Nessa reunião, nós temos representantes dos consulados e das embaixadas que também vêm dar uma palavra de motivação para esses estudantes que embarcarão em breve. Os embarques serão realizados agora nesse mês de setembro e eles receberam as últimas orientações agora no dia 27 de agosto no Centro de Convenções daqui do estado.”

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Renata Serpa é a segunda à direita. Foto: Portal CONSED.

IDeF – Como surgiu o projeto e quais eram a ideias e objetivos por trás da sua formulação?

Renata: O programa começou através de uma lei, como uma política de estado do Governo de Pernambuco. Ele começou no final de 2011 e foi uma ideia do então governador Eduardo Campos. Desde o início da sua gestão, a prioridade foi realmente investir em educação e esse investimento foi baseado em alguns pilares: investimento na estrutura física das escolas, investimento na criação e no monitoramento de metas para a educação e a ideia de tornar a escola um ambiente mais interessante, para melhorar a qualidade do ensino e diminuir a evasão escolar. Então, dentro dessa perspectiva de melhoria da educação, foi criado o Programa Ganhe o Mundo.

​Em 2011, o estado estava passando por um cenário muito promissor economicamente. Nós estávamos recebendo o estaleiro de Suape, a refinaria, e a Fiat estava em negociação para montar sua fábrica aqui no estado, além da negociação com outras empresas multinacionais. Havia também a concretização de dois grandes eventos esportivos internacionais acontecendo no Brasil e em Pernambuco.

​Então, além da necessidade do reconhecimento de que o domínio e a capacitação de uma segunda língua fariam a escola mais atrativa para os estudantes e os colocariam em pé de igualdade com os alunos da iniciativa privada, existia também essa visão de que Pernambuco precisava ter uma mão-de-obra qualificada em uma segunda língua. Todo esse cenário fez com que o programa surgisse. Já em 2011, foi iniciado o curso de segunda língua. Esse curso veio como uma atividade complementar, porque dentro da nossa matriz curricular nós não tínhamos carga horária suficiente para fazer com que o estudante, dentro de um ano, conseguisse desenvolver comunicativamente o idioma.

​Nossos professores e nossa matriz curricular preparam o aluno para prestar os exames de entrada do vestibular, e esses exames não demandam que o aluno consiga se comunicar efetivamente em uma segunda língua. Assim, para o que o estado estava vislumbrando naquele momento, era necessário que o estudante conseguisse se comunicar com competência em uma segunda língua, o que, dentro dessa matriz curricular não era possível. Devido a isso, o curso de segunda língua foi ofertado como uma atividade complementar.

O orçamento não nos permitia ofertar isso para todos os estudantes da rede estadual de educação, mas a gente conseguiu ofertar vagas para 25.000 estudantes. Para você ter uma ideia, nem todos os estudantes têm esse interesse em aprender uma segunda língua. Então, os que tinham interesse, em torno de 35.000-40.000 anualmente, eram selecionados para poder estudar essa segunda língua como uma atividade extracurricular. E os estudantes que estudam a segunda língua têm a possibilidade de participar da seleção do intercâmbio. Quando a gente em fala em Programa Ganhe o Mundo, as pessoas tendem a pensar que se trata apenas de um programa de intercâmbio, mas na verdade, ele é uma política de internacionalização que abrange muito mais alunos do que apenas os que fizeram o intercâmbio.

Quando a gente em fala em Programa Ganhe o Mundo, as pessoas tendem a pensar que se trata apenas de um programa de intercâmbio, mas na verdade, ele é uma política de internacionalização que abrange muito mais alunos do que apenas os que fizeram o intercâmbio.

IDeF – Então o curso de idiomas foi criado simultaneamente ao programa de intercâmbio?

Renata: Isso, exatamente. Foi necessário o curso acontecer para só então depois iniciar o intercâmbio dos estudantes. Até porque para se realizar um programa de intercâmbio com sucesso, os alunos precisam vencer a barreira da comunicação. Se eles chegassem ainda com essa barreira, além das diferenças culturais e a questão da adaptação, o tempo de um semestre letivo não seria suficiente. Então, é necessário, para uma melhor adaptação, aproveitamento e sucesso do intercâmbio, que o aluno já chegue com essa barreira da compreensão básica da língua vencida.

IDeF – Um mecanismo que achamos muito interessante é a divisão da seleção de vagas pelas Gerências Regionais de Educação (GRE’s) para garantir a participação de alunos de todas as regiões do estado no programa. Poderia nos falar um pouco mais sobre isso?

Renata: A Secretaria de Educação é dividida administrativamente em 16 regiões. Cada uma dessas regiões tem sua Gerência Regional de Ensino e as escolas são ligadas e supervisionadas por essas gerências. Então, as vagas são distribuídas nessas 16 regiões. No início do programa, a gente selecionava os alunos com as melhores notas, mas como nós sabemos que existem regiões que têm mais dificuldade que outras, isso não era a forma mais justa de fazer a seleção. A seleção é feita para que cada escola do estado que tenha alunos fazendo o curso de segunda língua, independentemente de onde esteja, tenha pelo menos uma vaga. Então, das 1000 vagas que a gente oferta a cada ano, se tivermos 500 escolas ofertando o curso, teremos 500 vagas para essas escolas e depois será feito um ranqueamento das outras 500 vagas restantes levando em consideração as melhores notas, para tentar manter o processo mais justo.

A seleção é feita para que cada escola do estado que tenha alunos fazendo o curso de segunda língua, independentemente de onde esteja, tenha pelo menos uma vaga.

IDeF – O Programa Ganhe o Mundo desencadeou três novas modalidades de intercâmbio: PGM musical, esportivo e para mulheres com o Massachussets Institute of Technology (MIT). Como surgiram essas versões do programa?

Renata: Essas inovações do programa ocorreram com o atual governador, Paulo Câmara. Quando ele assumiu, em 2015, ele quis trazer inovações, e o estado investiu muito no desenvolvimento esportivo dos seus estudantes visto que nós temos estudantes que se destacam em eventos esportivos nacionais e internacionais. Esses estudantes precisam se comunicar em uma segunda língua e ao entrar em contato com técnicos, esportistas de outros países e até atletas olímpicos, nós conseguimos observar uma melhoria do rendimento esportivo deles.

​A ideia era dar oportunidades para que nossos estudantes atletas desenvolvessem seu ganho linguístico e para que quando ele participasse de competições nacionais e internacionais, que ele pudesse discutir, se comunicar, e até mesmo argumentar com os juízes e atletas utilizando essa vantagem de um segundo idioma. Então, a partir disso, surgiu o Programa Ganhe o Mundo esportivo, que tem a seleção feita pela Secretaria Executiva de Esportes do Estado e tem obtido muito êxito.

​Da mesma forma, foi observado que nós temos muitos estudantes que se destacam na habilidade musical. Temos, também, o Conservatório Pernambucano de Música e a Escola Técnica de Criatividade. Então, com a parceria do Conservatório Pernambucano de Música, passamos a selecionar alunos que se destacam nessa habilidade, em canto ou em algum instrumento musical, para participar do PGM musical.

​Sobre o programa com o MIT, foi o Instituto nos procurou para ofertar vagas. Eles possuem o programa de férias em que eles tentam atrair garotas que ainda não entraram na universidade para as áreas de engenharia e tecnologia, porque também lá nos EUA é um campo que costuma atrair mais garotos. Então, todo ano são ofertadas duas vagas nesse curso de férias de quatro semanas, em que as meninas vão ser apresentadas à área de engenharia e tecnologia, para que quando elas tomem a decisão de entrar na universidade possam talvez seguir nessas carreiras. Essas duas bolsas são ofertadas às alunas que já passaram pelo intercâmbio, porque elas precisam ter o nível de inglês fluente para poder aproveitar essa experiência junto às estudantes americanas. Assim, trata-se um curso para americanas, mas que consta sempre com a presença de duas estudantes nossas que já tiveram participação no PGM.

IDeF – Um outro aspecto que nos chamou a atenção foi a recente inclusão da língua alemã e da Alemanha dentro do programa. Que fatores influenciaram essa escolha?

Renata: Inicialmente, a gente enviou alunos para a Nova Zelândia e, no mesmo ano, foram enviados alunos também para o Canadá, Austrália e EUA. Eu não estava presente na primeira edição do programa, porém, é de conhecimento de todos que houve uma grande ajuda da Secretaria Executiva de Relações Internacionais (do Governo de Pernambuco). Eles tinham todos os contatos com os consulados e embaixadas e fizeram o link entre nós do PGM e as embaixadas/consulados. Foi a partir da Secretaria Executiva de Relações Internacionais que a gente pôde apresentar o programa e os países se interessaram em receber nossos estudantes.

​No início, nós enviamos muitos alunos para Nova Zelândia e Austrália, porém, com o passar dos anos percebemos que o custo do Canadá por estudante era bem mais interessante. Nós conseguíamos, por exemplo, mandar três estudantes para o Canadá enquanto só mandaríamos dois para a Austrália/Nova Zelândia. Então, o fator econômico do que poderíamos fazer com o mesmo valor de intercâmbio para esses outros países foi o que nos fez tomar essa decisão de realmente se concentrar em países como o Canadá. Além do que, o Canadá tem muitas vagas nas escolas e famílias que têm interesse em receber estudantes, esses foram alguns outros critérios que nos permitiram enviar mais alunos para determinado país ou não. Às vezes, um país tem um custo menor para intercâmbio, mas não existem tantas vagas em escolas nem famílias disponíveis para receber os estudantes. Então, é todo esse quebra-cabeça.

IDeF – No primeiro edital, o intercâmbio era realizado para a Nova Zelândia e alguns países de língua espanhola, porém, houve uma grande expansão de destinos para os estudantes. Como foi feito o contato e o diálogo com esses países?

Renata: A principal motivação foi o Instituto Goethe. O Instituto tem um programa reconhecido mundialmente que é o programa PASCH, e aqui no Brasil, é um programa que normalmente faz parceria com escolas particulares. Se eu não me engano, as parcerias existem apenas em três estados, sendo dois no Nordeste: Pernambuco e Ceará (Confira a entrevista realizada pelo IDeF sobre o programa PASCH no Ceará). Então, o Goethe ofertava aulas de alemão em uma de nossas escolas através do programa PASCH, que já existe desde 2008, e foi um programa que chamou a atenção dos nossos estudantes.

​Assim, foi criada uma demanda de estudantes interessados em aprender também alemão, além do inglês e espanhol. Como o PGM tem sido exitoso, o consulado alemão nos procurou querendo incentivar uma ampliação do programa ofertando em mais escolas. Foi daí, então, que surgiu a oferta do alemão dentro do PGM, e que também funciona com as mesmas características dos outros idiomas: o aluno pode fazer o curso como uma atividade complementar e pode ser selecionado através das notas em português e matemática.

IDeF – Quais resultados principais foram percebidos após esses quase 8 anos desde a criação do programa?

Renata: O primeiro resultado que a gente observa é na autoestima do estudante. O estudante que faz o curso e o intercâmbio se torna mais confiante nas suas capacidades e mais confiante para ir atrás de um projeto acadêmico na sua universidade porque ele tem o conhecimento de uma segunda língua. Também é percebido um aumento na confiança para participar em uma entrevista de emprego porque ele tem uma experiência que é reconhecida como um diferencial.

​Um outro ganho visível de quem participa é o próprio desenvolvimento linguístico. A sua competência linguística volta mais ampliada e bem mais fluente. Além disso, eu diria que o estudante volta como um indivíduo mais flexível e com maior capacidade de adaptação a diversas situações cotidianas, sendo essas competências extremamente valorizadas no mercado de trabalho. Eu diria também que o estudante que faz o curso e o programa de intercâmbio volta com um grande diferencial na sua vida acadêmica e profissional, além de estar bem mais preparado para o mercado de trabalho.

​A gente percebe também uma grande influência dessa experiência quando eles voltam e ficam com o sentimento de que também podem dar uma contribuição para a comunidade na qual fazem parte, seja a comunidade escolar, seja a comunidade de bairro. Ele volta mais alerta para essa possibilidade de dar um retorno para a sociedade porque essa experiência promove também nele um engajamento social e em atividades de voluntariado. Isso é algo realmente muito visível nos estudantes.

​Além disso, enquanto os estudantes fazem o curso, observamos que as aulas se tornam mais interessantes para eles. Ao aprender uma segunda língua, o aluno entra em contato com a cultura de outros países e ele traz essas informações para suas atividades curriculares em sala de aula. Escolas que têm estudantes que fazem o curso e que já voltaram do intercâmbio são escolas onde as aulas se tornam mais ricas.

Escolas que têm estudantes que fazem o curso e que já voltaram do intercâmbio são escolas onde as aulas se tornam mais ricas.

Na família, e também na escola, na verdade, eu diria que um grande resultado é a força do exemplo. Infelizmente, após tudo o que temos passado no nosso país, estamos carentes de exemplos positivos. Os estudantes que conseguem por esforço próprio, aprender uma segunda língua e ser selecionados para um programa de intercâmbio se tornam um exemplo muito forte para aqueles que estão ao seu redor. Nós vemos que as escolas e as famílias reforçam que alunos que não se dedicavam tanto e que não tinham tanto interesse em aprender português e matemática, nem mesmo uma segunda língua, ficam inspirados para seguir um caminho semelhante a seu colega a partir desse exemplo bem próximo dele.

​Então, eu diria que a força do exemplo é um efeito incrível, não apenas no próprio estudante que participou, mas também para outros estudantes ao redor dele.

IDeF – Quais foram os grandes desafios na implementação e manutenção do PGM? Há interesse em expandir algum aspecto do programa ou a participação de outros países?

Eu diria que o nosso principal desafio é ser um programa pioneiro. Nós fomos aprendendo à medida que o programa foi acontecendo. Isso é algo que pode se observar claramente pelos nossos editais de seleção e pelos nossos PR’s de contratação das empresas, que nós modificamos e melhoramos ao longo do tempo. Então, nós não tivemos outros programas como referência.

​Eu diria que não existe um programa de governo, no mundo inteiro, que faça o que a gente faz na escala que a gente faz. Ser pioneiro é sempre um desafio. Isso é um desafio em termos de entregar o intercâmbio, fornecer o curso de idiomas, e também em termos de administração do programa, do que é possível se fazer dentro da administração pública. Esses são, eu diria, nossos principais desafios. Nós tivemos que quebrar algumas barreiras da administração pública para que o programa pudesse acontecer. Então, ter um programa de referência no Brasil faz com que a gente tenha alguns desafios como esses, e talvez outros programas não tenham precisado passar por esses desafios pelos quais passamos.

​​Uma característica do atual governador é buscar inovações, então, a gente incluiu a Colômbia mais recentemente, dentro da ação para os países de língua espanhola. Também estamos em uma conversa bem avançada com um país que, no momento, eu não posso revelar, mas que está sendo realizada para expandir o intercâmbio para mais um país de língua inglesa. Trazer inovações é uma característica do programa e da atual gestão. Inovação não apenas em termos de países, mas também de modalidades de intercâmbio, assim como foi o caso do PGM musical, esportivo e a parceria com o MIT. É algo que está nos nossos objetivos.

IDeF – O sucesso do programa é algo já reconhecido através do surgimento de políticas inspiradas no programa Ganhe o Mundo, como é o caso do Gira-Mundo na Paraíba. Como aconteceu essa parceria? Mais estados têm se interessado em replicar o programa?

O estado da Paraíba nos procurou e nós ficamos felizes e orgulhosos de ver a Paraíba desempenhando tão bem o programa deles. Nós tivemos várias reuniões e encontros, vários membros da equipe da Paraíba e daqui de Pernambuco se reuniram, e foi uma felicidade ver a Paraíba realizando esse programa.

A gente recebeu vários estados e várias prefeituras. Inclusive aqui em Pernambuco, temos duas prefeituras (Petrolina e Cabo) que fazem por conta própria também um programa de mobilidade estudantil. O estado do Paraná vai lançar, acredito que nos próximos meses, o programa de intercâmbio deles que contou com visitas à nossa equipe, nós conversamos bastante. Também dialogou com a gente o Ceará, o Maranhão, e o Piauí fez um programa muito parecido. Além disso, já recebemos o pessoal de Mato Grosso e de vários outros estados. A questão sempre passa pela disponibilidade orçamentária de cada estado e de cada país para fazer esse investimento na educação.

O programa de Pernambuco é custeado na sua totalidade pelo Governo do Estado, então, nós não sofremos, por exemplo, as reduções que os programas de mobilidade acadêmica federais sofreram, como foi o caso do Ciência Sem Fronteiras.

A nossa visão é a de que quanto mais estados e prefeituras estiverem fazendo o que a gente faz, melhor para todos, pois ficamos mais fortes enquanto país. É melhor para desenvolvermos essa cultura de intercâmbio, melhores preços e conseguir fazer com que outros países tenham interesse em receber estudantes do Brasil. O programa de Pernambuco é custeado na sua totalidade pelo Governo do Estado, então, nós não sofremos, por exemplo, as reduções que os programas de mobilidade acadêmica federais sofreram, como foi o caso do Ciência Sem Fronteiras.

A nossa visão é a de que quanto mais estados e prefeituras estiverem fazendo o que a gente faz, melhor para todos, pois ficamos mais fortes enquanto país.

Como a senhora vê o Programa Ganhe o Mundo dentro do projeto de internacionalização do Estado de Pernambuco?

O Programa Ganhe o Mundo é o principal programa, no âmbito educacional, em termos de alcance, pois são alcançados todos os 184 municípios do estado (e Fernando de Noronha). Nós temos em cada um desses municípios estudantes que já fizeram o curso de segunda língua e que já participaram do programa de intercâmbio. Então, em termos de alcance, não existe um outro programa dentro do Governo do Estado de tal tamanho.

O Programa Ganhe o Mundo é o principal programa, no âmbito educacional, em termos de alcance, pois são alcançados todos os 184 municípios do estado (e Fernando de Noronha)

O PGM não se restringiu a algumas escolas, nem a algumas regiões do estado, ele foi implementado em todo o estado.

Em termos de impacto, também por conta do alcance e da grande escala alcançada, eu diria que não existe um programa tão impactante quanto o PGM na internacionalização do estado. O PGM não se restringiu a algumas escolas, nem a algumas regiões do estado, ele foi implementado em todo o estado.

ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO DE PERNAMBUCO FALAM DA SUA EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL

Paulo Lacerda, 20 anos, Turismo (UFPB).

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Eu costumo dizer que o Programa Ganhe o Mundo foi um divisor de águas em minha vida, em primeiro lugar, enquanto indivíduo. Estar em contato com outra cultura, outro idioma e outra realidade social me ajudou a entender meu papel enquanto indivíduo que compõe um sistema (sociedade). A experiência foi muito rica e de amadurecimento pessoal a partir de novas maneiras de enxergar a realidade e de gerir o próprio dinheiro. Também profissionalmente, a começar nas reuniões pré-embarque que eram muito produtivas, nos colocavam em contato com embaixadas, agências de viagens e ex intercambistas.. Estudei durante o ensino médio no município de Petrolândia e fiz o intercâmbio de agosto de 2015 a janeiro de 2016, na cidade de Grand Falls-Windsor, província de Newfoundland and Labrador, extremo leste do Canadá. Hoje, exatos 4 anos após da minha ida, percebo o quanto o programa contribuiu para a melhoria em meu currículo.

Por estudar numa escola canadense e ter obtido um ótimo nível de inglês, isso me ajudou muitas vezes. Atualmente sou estudante do curso de Turismo da UFPB, e o PGM foi um fator importante para escolha desta área, foi o contato mais forte que eu tive com a vivência de um cenário internacional do trade turístico. Acredito que essa estratégia de cooperação é de extrema importância para aqueles alunos que, se não fossem o programa, nunca saberiam o quão mágica é a experiência do intercâmbio. Espero que o exemplo só continue e tenda a melhorar, pois ele nos permite ganhar o mundo uma vez e nunca mais pensar numa escala menor que essa.

Josué Pereira, 20 anos, Engenharia Mecânica (UNIVASF)

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O intercâmbio foi simplesmente uma das melhores experiências da minha vida, uma vez que tive a oportunidade de conhecer uma cultura completamente diferente da nossa e pessoas de todo mundo. Posso afirmar seguramente que mudou bastante meu jeito de observar o mundo e de interagir com as pessoas. Graças ao intercâmbio perdi muito da timidez que eu tinha, pois somos forçados a nos comunicar para aprender e evoluir cada vez mais o idioma nativo, o que mudou minha vida por completo. Enquanto estudava em Petrolina, fui selecionado para fazer o intercâmbio no período de agosto de 2015 a janeiro de 2016 e fui para Stratford, Ontário, no Canadá. Assim que retornei ao Brasil percebi logo que as portas começaram a se abrir, pois logo recebi convites para dar aulas de inglês e trabalhar como intérprete para turistas estrangeiros vem à minha região (Petrolina). Além disso, falar uma segunda língua tem ajudado bastante na minha formação acadêmica pois as opções de materiais atualizados para estudo são bem maiores em inglês do que em português.

​Geovana Porto, 19 anos, Relações Internacionais (UFPB).

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Fiz parte do programa Ganhe o Mundo em 2014, enquanto estudava o segundo ano do ensino médio na cidade de Belo Jardim. Depois de ter sido aprovada no processo seletivo, a equipe do programa se encarregou de todo o resto. Eles escolhem o país, a cidade e a escola que os estudantes vão ficar. Meu intercâmbio foi de 5 meses na cidade de St. John’s, na província de Newfoundland, e acredito que esse período tenha sido fundamental para que, dois anos depois, eu tenha escolhido cursar Relações Internacionais. Além da experiência no exterior, o programa tem o objetivo de nos colocar como “embaixadores” de Pernambuco, pra que possamos também levar a cultura do estado para outros países. Por ter sido minha primeira experiência internacional, o programa me ajudou a despertar meu interesse pelos idiomas, por política e dinâmicas internacionais e interações entre países.

Referências:

PRIMEIROS alunos do programa Ganhe o Mundo 2019 embarcam para os Estados Unidos. Diário de Pernambuco, 17 de janeiro de 2019. Educação. Disponível em: <https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2019/01/primeiros-alunos-do-programa-ganhe-o-mundo-2019-embarcam-para-os-estad.html>. Acesso em: 16 de setembro de 2019.

​INTERCAMBISTAS participam de reunião pré-embarque da 8ª edição do Programa Ganhe o Mundo. Portal CONSED. 27 de agosto de 2019. Educação. Disponível em: <http://www.consed.org.br/central-de-conteudos/intercambistas-participam-de-reuniao-de-pre-embarque-da-8a-edicao-do-programa-ganhe-o-mundo>.  Acesso em: 16 de setembro de 2019.

​EDITAL curso de línguas do programa Ganhe o Mundo 2019.2. Secretaria de Educação e Esportes. 9 de dezembro de 2015. Educação. Disponível em: <http://www.educacao.pe.gov.br/portal/?pag=1&cat=36&art=348> . Acesso em: 16 de setembro de 2019.

​PROGRAMA Ganhe o Mundo oferece 15 mil vagas em cursos de línguas para alunos da rede estadual. Portal G1, Pernambuco, 6 de agosto de 2019. Disponível em: <https://g1.globo.com/pe/pernambuco/educacao/noticia/2019/08/06/programa-ganhe-o-mundo-oferece-15-mil-vagas-em-cursos-de-linguas-para-alunos-da-rede-estadual.ghtml> . Acesso em: 16 de setembro de 2019.

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