A importância das cidades-irmãs no enfrentamento à COVID-19

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O programa de irmanamento ou geminação de cidades surgiu com o objetivo de fomentar a cooperação entre cidades distintas do globo, por meio da criação de mecanismos para o intercâmbio cultural, econômico e político entre elas. O interesse em desenvolver as relações internacionais das cidades não é de hoje: a primeira forma de irmanamento foi em 836, entre a cidade germânica de Paderborn e a francesa, Le Mans. Entretanto, foi após a Segunda Guerra Mundial que o fenômeno se intensificou, principalmente como um ato de reconciliação entre cidades que estavam em frentes opostas durante a guerra. A partir da década de 1990 a globalização impulsiona ainda mais o programa e muitas cidades passam a desenvolver relações e laços duradouros umas com as outras, muitas vezes, por partilharem semelhanças históricas, demográficas e culturais.

​​É importante notar que o estabelecimento e a manutenção de parcerias internacionais entre as cidades trazem inúmeros benefícios para o desenvolvimento econômico e social das mesmas, como no caso do irmanamento entre Phoenix, capital do estado do Arizona (EUA) e Chengdu, capital da província de Sichuan (China), criada em 1987. Durante todos esses anos, houve o envio recíproco de várias delegações de líderes políticos, culturais, educadores e técnicos, para a promoção de uma verdadeira relação de amizade entre as duas cidades, objetivando sempre a cooperação técnica e municipal. Rob McGarey, Presidente e CEO do Southwest Retail Group, Inc, deixa claro a importância do programa de irmanamento: “Quando você está sentado em Phoenix e pensando em fazer negócios na Irlanda, você não tem o conhecimento de como fazê-lo (…) Toda vez que você confia em uma relação de irmanamento com Phoenix, as portas se abrem mais do que você imaginava.” (tradução livre).

“O estabelecimento e a manutenção de parcerias internacionais entre as cidades trazem inúmeros benefícios para o desenvolvimento econômico e social das mesmas”

Além disso, vale a pena destacar que em momentos de crise, as relações não são abaladas, pelo contrário, são fortalecidas. Por exemplo, em decorrência do terremoto em 2008 na cidade chinesa, Phoenix arrecadou fundos para a reconstrução de uma escola infantil na área rural, próxima à Chengdu, que recebeu o nome de “Phoenix” como forma de agradecimento e homenagem. 

Com a pandemia do novo coronavírus não seria diferente: muitas cidades-irmãs se mobilizaram para ajudar umas às outras, por meio do envio de equipamentos de proteção, como veremos a seguir. 

Na Ásia, a cidade sul-coreana Donghae-Si recebeu doações de três cidades-irmãs chinesas: Haikou, Tumen e Taizhou, totalizando mais de 60 mil máscaras e 3.000 antissépticos para as mãos. Além disso, a cidade de Xangai, também chinesa, enviou 70 mil máscaras para sua cidade-irmã Busan, no sul da península coreana.

Ademais, cruzando barreiras continentais, a cidade de Fort Wayne, nos Estados Unidos, recebeu 4000 máscaras da sua cidade-irmã Taizhou, na China, assim como a cidade de Pittsburgh enviou máscaras, em fevereiro, para a sua cidade-irmã Wuhan, que foi o primeiro epicentro da pandemia.

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O quinto exemplo em destaque é entre as cidades-irmãs Cincinnati (EUA) e New Taipei City (Taiwan), onde a última enviou doações generosas de EPI’s.

Por fim, trazendo para a realidade brasileira, a cidade de Campinas anunciou que recebeu doações de duas cidades-irmãs chinesas: Fuzhou e Dongguan, totalizando 80 mil máscaras. A doação ocorreu após a solicitação de ajuda pelo vice-prefeito de Campinas, Henrique Magalhães Teixeira, em conjunto com o Departamento de Relações Internacionais da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo, cujo secretário, André von Zuben, destacou:

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“É uma demonstração da relação de amizade e confiança que nos une com as cidades-irmãs chinesas. Em tempos de pandemia, a solidariedade e a cooperação também salvam vidas”

Referências:​

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